"Há na loucura um prazer que só os loucos conhecem." (John Dryden)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

QUARTO DE BADULAQUES - RUBEM ALVES

Aos jovens que desejam ser médicos: Eu também desejei muito ser um médico. Por que não fui, nem sei explicar direito. Mas na minha juventude os médicos eram diferentes dos médicos de hoje. Tinham de ser porque o mundo era diferente Os hospitais eram raros e raros também eram os laboratórios. Como um Sherlock Holmes, valendo-se de pistas mínimas, o médico tinha de descobrir o criminoso que deixava suas marcas no corpo do doente.

Naqueles tempos a inteligência era muito importante. Por esse Brasil afora os médicos eram, frequentemente, heróis solitários que atendiam unha encravada, cachumba, desidratação, bronquite, pneumonia, parto, prisão de ventre, resfriado, crupe, disenteria, gonorréia, berne, conjuntivite, furúnculo, hemorróidas, lombriga, dor de garganta, coqueluche, tosse de cachorro, verruga, indigestão... E tinham de ser humildes porque as derrotas na luta contra a morte e o sofrimento eram mais frequentes.Vocês poderiam ler a estória do Jeca Tatuzinho, do Monteiro Lobato, distribuidos mais de oitenta milhões de exemplares.

Com meus cinco anos eu sabia a estória do Jeca Tatuzinho de cor e a “lia”, compenetrado, para minha tia Noemia que estava doente... Com frequência o médico recebia como pagamento um frango, duas dúzias de ovos, um leitão – mais a eterna gratidão de quem tinha sido atendido e não podia pagar. Deus no céu, o “doutor” na terra, eram as valias dos pobres. O médico que me inspirou, que era o meu modelo... E por falar em modelo, que médico é o seu modelo? Há um médico que seja objeto da sua admiração, alguém que você deseja ser como ele? Antigamente os modelos eram de carne e osso. Hoje os modelos são mais abstratos, tipos ideais, como se tivessem perdido o rosto. Os modelos deixaram de ser pessoas e passaram a ser uma especialização profissional.

Mas, como eu dizia, o meu modelo foi Albert Schweitzer, sobre quem já escrevi uma crônica que está no livro “O médico”. Hoje, quando se pensa num médico, pensa-se em alguém portador de um conhecimento especializado: a lista deles se encontra no catálogo da UNIMED ... Cada médico é uma unidade bio-psicológica móvel portadora de conhecimentos especializados e que executa atos sobre o corpo do paciente... Naqueles tempos era diferente. Os médicos tinham sim, conhecimentos e executavam atos sobre o corpo do paciente. Mas o que os caracterizava, mesmo – pelo menos no imaginário popular – era o fato de que eles eram seres movidos por compaixão.

Eles eram muito amados, tomavam café com bolo de fubá depois das visitas nas casas. Compaixão, nas suas origens etimológicas, quer dizer “sofrer com um outro”. A compaixão é, talvez, a mais humana das nossas características. Toda pessoa que procura um médico está sofrendo. O “paciente” é aquele que sofre. Há sofrimentos dos mais variados tipos, das hérnias de disco e cálculos renais até a absoluta falta de apetite e a tristeza. O médico, que pode não estar sofrendo nada ( se ele estiver sofrendo será um médico mais compassivo... ), sofre um sofrimento que não é seu, é de um outro. E é só porque ele sofre com os sofrimentos dos outros que ele se impõe a disciplina de estudar, pesquisar e desenvolver habilidades: para que o outro sofra menos ou deixe de sofrer. A medicina nasceu da compaixão. Albert Schweitzer era uma pessoa muito especial. Desde menino sofria com o sofrimento de todas as coisas vivas, os mínimos animais e até mesmo com o capim cortado pela foice. Se disserem que ele deveria ter alguma perturbação mental eu direi que vocês provavelmente estão certos.

Esse tipo de sensibilidade não se encontra no normal das pessoas. Mas é precisamente essa sensibilidade exacerbada que caracteriza os grandes homens e as grandes mulheres. São Francisco, Chopin, Cecília Meireles, Madre Tereza de Calcutá, Nietzsche, Faure, Gandhi foram todos pessoas de sensibilidade exacerbada. Por causa deles o mundo ficou melhor e mais bonito. O que faz um médico não são os seus conhecimentos de ciência médica. A ciência médica é algo que lhe é exterior e que ele leva consigo, como se fosse uma valise. Os conhecimentos científicos, qualquer pessoa pode ter. Mas a alma de um médico não se encontra no lugar do saber mas no lugar do amor. O médico é movido pela compaixão. Albert Schweitzer transformou esse sentimento num princípio ético que todo médico deveria ter afixado no seu consultório, para não se esquecer: Reverência pela vida.

Toda vida, a mais ínfima, é sagrada. E foi movido por esse sentimento que aos trinta anos começou os seus estudos de medicina e foi exercê-la, pelo resto de sua vida, num lugar abandonado do coração da Africa chamado Lambarene. Mas eu me surpreendi com uma informação absurda, de que teria havido trotes sem compaixão a que os veteranos de uma escola de medicina de Campinas teriam imposto aos seus novos companheiros. Porque isso está em desacordo com tudo o que sempre pensei sobre a alma de um médico. Em alguns lugares está surgindo uma coisa bonita: o trote amigável. Cerca de 130 calouros foram trabalhar um dia inteiro na Fundação Síndrome de Down, na maior alegria: esse foi o seu trote. Mas o trote clássico, como já está sugerido pelo nome, é algo que revela um caráter cavalar.

Mas, retiro o que disse. Porque nunca pude observar entre os cavalos qualquer comportamento que se assemelhe ao trote. O trote revela a alma dos que o fazem: eles sentem prazer em humilhar e fazer sofrer os seus novos colegas. Trata-se de uma deformação de personalidade idêntica àquela que se apresenta também nos torturadores e que tem o nome de sadismo. É revelador que o trote não seja feito por um indivíduo isolado, às claras. O indivíduo solitário não dá trote, por medo. Ele se sente fraco. É covarde. Para dar o trote ele se refugia no grupo – o que o faz sentir-se forte - e no anonimato – que lhe dá sentimentos de impunidade. E assim, protegido pelo grupo e pela impunidade, ele deixa aflorar seus impulsos bestiais. Corrijo-me de novo.

Não conheço nenhum animal que sinta prazer no sofrimento dos outros... Fico então a pensar: esses tipos estão no processo de se tornarem médicos. Mas é óbvio que lhes falta o essencial do caráter médico. É urgente, então, que sejam tomadas providências no sentido de impedir que isso aconteça, e que tais jovens sejam encaminhados para outras profissões mais em harmonia com o seu carater como, por exemplo, as lutas marciais e o box. E que não me venham com a desculpa de que isso é coisa passageira, brincadeira de moços. Não é. O que o trote revela é um componente sádico da personalidade que não pode ser eliminado.

O máximo que pode acontecer é que esse prazer em produzir sofrimento nos outros vá encontrar outras formas de expressão nas relações de trabalho, conjugais e parentais. Espero que vocês, calouros de uma vocação tão bonita, não sejam movidos pela tentação de vingança contra os calouros do ano que vem. Que o seu trote seja generoso, amigo e se traduza em algo feito em pról da comunidade. Espero que vocês sejam movidos pela reverência pela vida.

Os primeiros colocados nos exames vestibulares: Já faz anos que os cursinhos publicam as fotografias dos seus alunos que foram colocados em primeiro lugar nos exames vestibulares. Tais alunos bem que merecem pois se trata de um feito extraordinário. Mas eu gostaria mesmo é que alguém fizesse uma pesquisa sobre o destino profissional desses gênios de memória. É preciso não confundir memória com inteligência.

Inteligência emocional: Fez e ainda faz muito sucesso um livro com esse título, Inteligência Emocional. Mas o meu amigo, professor Eduardo Chaves, fez uma observação muitíssimo correta: “Não existe inteligência emocional. O que existe é emoção inteligente.” É a emoção que busca inteligência, para realizar os seus sonhos. A inteligência é ferramenta da emoção. A inteligência, em si mesma, não sente necessidade alguma da emoção.
Peixe Grande e suas histórias maravilhosas: Um filme delicioso! Leveza, humor, fantasia, realidade. Somos a histórias que contamos para nós mesmos...

“Um mandarim estava apaixonado por uma cortesã. ‘Serei sua’, disse ela, ‘quando tiver passado cem noites a me esperar sentado num banquinho, no meu jardim, embaixo da minha janela.’ Mas, na nongésima nona noite o mandarim se levantou, pôs o banquinho embaixo do braço e se foi” ( Barthes, Fragmentos do discurso amoroso, p. 96).

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A Diretoria do Grupo Outrolhar

terça-feira, 4 de outubro de 2011

SEMINÁRIO - Um OUTROLHAR sobre a dependência química.

Cronograma do Seminário sobre Dependência Química no dia 06/10 das 18:00 às 20:30 no auditório do CEASC (Campus Líbano) realizado pelo Grupo Outrolhar de Saúde Mental e Núcleo de Apoio Psicopedagógico do Estudante de Medicina da UNIFENAS-BH (NAPEM). 

18:00 – ABERTURA
Coordenador do Câmpus: Prof. Fuad Haddad – UNIFENAS/BH.
Coordenadora do Curso de Medicina: Profa. Dra. Rosa Malena Delbone de Faria – UNIFENAS/BH.

18:15 – O Grupo OUTROLHAR de Saúde Mental – Percurso e responsabilidades
Presidente: Albert Nilo – acadêmico do VI período do curso de Medicina da UNIFENAS/BH.

18:30 - INTRODUÇÃO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Professor do Curso de Medicina: Alexandre de Araújo Pereira – UNIFENAS/BH

19:00 - RODA DE CONVERSAS
Professores da UNIFENAS/BH: Enio Rodrigues da Silva, Lúcia Helena Garcia Bernardes e Paulo Brasil. Os referidos professores farão uma reflexão sobre o assunto e, em seguida, uma intermediação de conversas com a platéia.

20:30 - ENCERRAMENTO 


As inscrições serão GRATUITAS e feitas através do envio de um email com o nome COMPLETO para o seguinte endereço: 
inscricoesoutrolhar@hotmail.com. 

As inscrições também poderão ser feitas no dia do evento com antecedência de 30 minutos (de 17:30 até às 18:00) na portaria do auditório do CEASC.



O Grupo OUTROLHAR,
Agradecemos a todos!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

EVENTO SOBRE DROGAS - Reportagem Revista ÉPOCA

Reportagem feita pela revista ÉPOCA mostrada na reunião.

INTERNAR A FORÇA RESOLVE?


Revista Época
A boca ferida, maltratada pelo uso contínuo de cachimbos precários, era uma das poucas partes do rosto de R. que o cobertor marrom e sujo deixava entrever. O corpo miúdo poderia facilmente ser confundido com o de um garoto de 14 anos. Os passos que o conduziam para fora da Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, eram apenas resignados, não mais relutantes.
Enquanto caminhava, R. experimentava momentos de lucidez nos quais tentava resumir sua trajetória. Aos 25 anos, viciado em crack, sem ter onde dormir, exceto a rua, ele enfrentava o quarto dia sem comer. No dia 19 de julho, foi encontrado e levado à força pela equipe da Secretaria de Assistência Social do município do Rio de Janeiro. “Se for a salvação para mim, eu vou. Sabe por quê? Porque eu tô vendo que se eu ficar aqui, fumando oito, nove pedras por dia, eu não vou aguentar mais. Eu vou morrer.” Antes das 10 horas da manhã, R. já embarcara numa das quatro vans da prefeitura que levaria os usuários de crack recolhidos ali à delegacia e, depois, a algum abrigo para tratamento de dependentes químicos.
A ação da Secretaria de Assistência Social carioca é estridente. Desde maio, três vezes por semana, os agentes sobem os morros da cidade que continuam sob domínio do crime organizado para levar, na marra, os dependentes de crack que povoam as cracolândias da cidade. ÉPOCA acompanhou uma dessas operações no final do mês passado. O trabalho só é possível porque é apoiado por policiais civis e militares, empunhando armas de grosso calibre. Antes dos agentes, o blindado da PM conhecido como “caveirão” sobe o morro. Há troca de tiros entre a polícia e traficantes. Abordados pelos agentes, os usuários costumam reagir de modo arredio. A resposta vem na mesma proporção. O porte físico avantajado e a experiência como segurança de boate, constantes entre os agentes da secretaria, possibilitam que eles terminem por dominar os dependentes, embora com dificuldades.
As operações já resultaram no acolhimento de 1.319 pessoas (1.065 adultos e 254 crianças e adolescentes) em cracolândias. Segundo a prefeitura do Rio, nas áreas onde os viciados são tirados das ruas, o índice de pequenos roubos e furtos costuma cair até 50% nos primeiros dias. Depois de levados das favelas, crianças, adolescentes e adultos têm destinos diferentes. Todos os menores de 18 anos encontrados, de quem o Estado passa a ser o tutor, ficarão cerca de três meses internados contra a própria vontade (e de sua família, eventualmente) em alguma unidade terapêutica da prefeitura. São casas com psiquiatras, clínicos gerais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e grades. Grades por todos os lados. A prefeitura do Rio está convencida de que, sem elas, de nada adianta ter os melhores profissionais. A recuperação seria inviável. Ainda assim, nem sempre se consegue evitar a fuga dos pacientes. Para os adultos, a internação compulsória ainda não é a regra, embora já ocorra em alguns casos, sempre autorizados por um juiz. A prefeitura do Rio afirma que gostaria de adotá-la em larga escala, mas que ainda não encontrou um meio legal de promovê-la.
A medida de internação à força do Rio de Janeiro é pioneira, tem provocado polêmica, mas conquistado cada vez mais adeptos entre os gestores públicos. No Congresso, tramita um projeto de lei que propõe extinguir a necessidade de ação judicial para internar alguém à força. No governo federal, há autoridades simpáticas à ideia. Em São Paulo, onde há a maior cracolândia do país, depois de dois anos de uma política de convencimento de dependentes para que aceitassem voluntariamente ser tratados, a experiência carioca poderá ser repetida em breve. A Procuradoria-Geral da cidade deu um parecer favorável à internação compulsória de usuários de crack. A decisão agora cabe ao prefeito Gilberto Kassab, que já admitiu publicamente ver a internação forçada como uma resposta para o histórico problema do município. Estima-se que, pela cracolândia paulistana, perambulem quase 2 mil pessoas diariamente. A internação na marra funciona? Representa uma solução para as famílias que sofrem o drama de ter dependentes em crack?
A despeito das críticas daqueles que veem na proposta apenas uma tentativa de limpar as ruas, diversos motivos empurram os governantes à medida extrema da internação compulsória. A droga surgiu no Brasil no fim da década de 1980 e ficou restrita aos grandes centros urbanos e às populações de classe baixa por mais de uma década (leia o quadro abaixo). Nos últimos anos, o crack se espalhou pelo país, atingiu todas as classes sociais e ganhou contornos de epidemia. Nas eleições presidenciais do ano passado, o combate à droga emergiu como um dos assuntos mais discutidos da campanha. Na ocasião, a então candidata petista, Dilma Rousseff, chegou a declarar que o crack era “uma das questões mais desafiantes” de sua futura gestão.
Não existem estatísticas sobre o número de usuários no Brasil. Uma estimativa feita pela Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, com base nos dados do Censo de 1999 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sugere que eles sejam 1,2 milhão de pessoas. O governo federal deverá divulgar nas próximas semanas os resultados da maior pesquisa já feita sobre o assunto no país. Foram ouvidos 50.890 estudantes de ensino fundamental e médio em todas as capitais e no Distrito Federal. Deles, 0,6% admitiu já ter usado crack ao menos uma vez na vida. Parece pouco se comparado ao número dos que já provaram maconha (5,7%) ou álcool (60,5%). Mas não é. “As pessoas de bom-senso sabem que estamos diante de uma epidemia de crack”, diz o médico Drauzio Varella, favorável à internação compulsória.
A comparação entre o número de usuários de crack e os de outras drogas, como maconha e álcool, também não revela a magnitude dos prejuízos físicos e sociais que cada uma dessas drogas produz. “Existem dois tipos de usuário: aqueles que usam compulsivamente a droga até acabar e que, tão logo acabe, partem em busca de mais e aqueles que fazem um uso controlado da substância”, afirma o psiquiatra Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “A grande maioria dos usuários de crack pertence ao primeiro grupo.” A necessidade de repetir o êxtase obtido no consumo da pedra pode levar o viciado a abandonar a própria casa e a família e a cometer crimes. Maltrapilhos, vagando pelas ruas em meio a lixo e entulho e sob o constante delírio provocado pelas baforadas de crack, eles parecem estar completamente desprovidos da capacidade de escolher, de exercer as próprias vontades com autonomia. De acordo com os defensores da medida, esse estado degradado dos dependentes justifica a internação compulsória.
A vida de A., de 14 anos, é uma sucessão de evidências favoráveis a esse argumento. Viciada em crack desde os 9, ela chegou a se prostituir para comprar a pedra. Nas cracolândias, contraiu HIV, sífilis e tuberculose. Internada compulsoriamente no Rio há dois meses, tenta se recuperar do vício. Simpática, revela, ao fim de cada frase triste, um sorriso banguela. O dente perdido é uma das consequências de sua compulsão química. Desesperada para fumar e sem dinheiro, aos 11 anos A. surrupiou uma pedra de R$ 5 do estoque de um traficante. Descoberta, levou uma surra que lhe extirpou parte do sorriso. Nas regras de conduta rígidas do crime, é razoável considerar que A. teve sorte de não ter sido morta. Os criminosos parecem ter entendido antes do Estado o potencial devastador do crack. Nas cadeias brasileiras sob mando do crime organizado, a lei tácita dos presos é taxativa: é proibido o consumo de crack atrás das grades. “Nos presídios do país, as facções chegaram à conclusão de que era melhor abolir o crack porque o uso acaba por interferir na hierarquia da cadeia e atrapalha o negócio. Se você fuma crack dentro da cadeia, toma uma surra que nunca mais esquece. E, se você trafica, eles te matam”, diz Drauzio Varella.
Fora dos presídios, nem o Estado nem as famílias conseguiram exercer um controle sobre o uso do crack tão estrito como o imposto pelas facções criminosas. Nenhuma das tentativas feitas pela camareira Terezinha dos Santos, de 38 anos, do Rio de Janeiro, de amarrar os pés e as mãos da filha para mantê-la em casa funcionou. Viciada em crack, era comum que J. passasse temporadas fora de casa. “Ela saía de casa arrumada, com uma roupa bonita. Voltava dias depois, com outra roupa, fedendo, machucada, faminta e agressiva”, diz Terezinha. “A gente sabia que ela saía, mas não sabia se voltava.” Da última vez que fugiu para a cracolândia, J. não voltou. Foi encontrada pela equipe de assistência social do Rio dez dias depois de ter saído de casa. Ela resistiu à abordagem e não admitia estar grávida de oito meses. Como já tinha 22 anos, não poderia ficar internada compulsoriamente sem uma decisão judicial. Depois de capturada pela assistência social, ela teria direito a sair do abrigo.
A prefeitura do Rio e a mãe da garota recorreram ao Judiciário. “Foi uma luta para conseguir uma decisão judicial que obrigasse ela a ficar internada”, diz Terezinha. J. passou o fim da gravidez num quarto de hospital vigiado por policiais, que a impediram de fugir. Depois de nascer, o bebê teve de passar por uma desintoxicação durante dez dias. “Ela não tinha noção do que estava fazendo, não tinha como decidir nada, e isso era claro. Mas eu não conseguia interná-la à força porque o processo judicial é complicado”, diz a mãe. A depender do Legislativo, é possível que outras mães sejam poupadas do périplo de Terezinha. O deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) propôs, em projeto de lei, extinguir a necessidade de uma decisão judicial para internar um dependente à força. A palavra de um médico bastaria como aval para que a família ou o Estado ponham, na marra, crianças ou adultos em hospitais. A proposta já foi aprovada na Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados e deverá ser encaminhada ao plenário nos próximos meses. Se aprovada, permitiria uma onda de internações compulsórias.
A aprovação da lei pode gerar uma grande discussão judicial, já que alguns juristas interpretam-na como inconstitucional, por ferir o direito de ir e vir garantido aos cidadãos pela Carta Magna de 1988. A Ordem dos Advogados do Brasil manifestou-se publicamente contra a medida da prefeitura do Rio. “As pessoas maiores de idade, salvo se interditadas, podem praticar todos os atos da vida civil: podem votar, podem casar, ir aonde quiserem. Em hipótese alguma, podem ser compulsoriamente internadas. Vou até mais longe: se o Kassab e os outros governantes insistirem nisso, correrão o risco até de parar num tribunal penal internacional por praticar crime contra a humanidade”, afirma o jurista Wálter Maierovitch. Os defensores da medida lembram que a mesma Constituição garante o direito à vida aos cidadãos. “Vamos botar na balança: o que é mais importante? O direito à vida e à saúde ou o direito de ir e vir?”, diz o promotor Marcelo Luiz Barone, de São Paulo. Barone faz parte do grupo do Ministério Público paulista que se dedica a estudar formas de pôr em prática uma interdição judicial coletiva aos crackeiros da cidade. “O bem maior garantido pela Constituição é a vida do ser humano”, afirma.
O tema é especialmente sensível porque, há mais de 20 anos, o movimento mundial antimanicomial luta para pôr fim aos hospitais psiquiátricos, em que se encarceravam por décadas doentes mentais e dependentes químicos. “Nenhum país democrático do mundo tem instituições fechadas”, diz a vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antonio (PMDB), que acumula a função de secretária de Assistência Social. A despeito de ser integrante da gestão Kassab, Alda se opõe à internação compulsória. A Europa descreveu o caminho oposto àquele ao qual o Brasil parece rumar na tentativa de combater a dependência química. Diante dos maus resultados dos parques de consumo, em países como Suíça e Holanda, os governos locais optaram por criar as “narcossalas”, espaço em que o uso da droga é liberado, mas controlado, e em que se aplicam técnicas de redução de danos. De acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), nenhum país do continente adota medidas de internação compulsória.
Nos Estados Unidos, o Estado propôs outra maneira de levar viciados ao tratamento. Criou cerca de 1.400 tribunais exclusivos para os usuários de drogas, em todo o país. Dependentes químicos apanhados com drogas, em vez de prisão, são obrigados a ficar internados para combater o vício. No Brasil, desde 2006, os usuários de droga não podem ser punidos com prisão. Os críticos da adoção da internação compulsória como política pública veem na medida uma reversão da tendência mais humanizada no tratamento aos viciados em drogas. Segundo essa visão, seria aberto um perigoso precedente para a reedição, no mundo real, de enredos como o do filme Bicho de sete cabeças, em que um usuário de maconha é internado à força num manicômio. O assunto divide até mesmo o governo federal. Segundo ÉPOCA apurou, o Ministério da Justiça aceita discutir a ideia da internação forçada. No Ministério da Saúde, há resistência.
Há ainda a discussão sobre a eficácia da internação compulsória. Os psiquiatras dizem que ela pode funcionar ou não – e que o sucesso da internação, voluntária ou involuntária, depende da reinserção social e do acompanhamento cuidadoso do paciente depois da alta. “Nos casos mais graves, a internação é a alternativa mais segura. O ideal seria que ninguém precisasse disso, mas a dependência química é uma doença que faz com que a pessoa perca o controle”, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, favorável à medida.
Baseado em sua própria experiência, João Victor Melhado, de 29 anos, coordenador de uma casa de tratamento de dependentes químicos, é taxativo ao discordar e dizer que internar à força não funciona. Durante seis anos, ele foi viciado em crack. Chegou a gastar R$ 1.200 por mês em drogas. O desespero da família de classe média, do interior paulista, levou-o a nove internações. Numa delas, foi carregado na marra. “Acordei com três caras em volta de mim. Eles me algemaram e me enfiaram num camburão. Eu nem sabia se estava sendo levado para a prisão. Só descobri depois de chegar lá que estava numa clínica particular de recuperação”, diz Melhado. Em dois meses, ele conseguiu fugir do lugar e voltou ao crack. Sua recuperação só aconteceu quando, em 2009, por vontade própria, ele se internou. Passou um ano em tratamento. Está há dois anos sem usar drogas e agora trabalha para recuperar outros jovens. “Não adianta chamar ambulância, forçar, enjaular. Eu já passei por isso e sei que não recupera ninguém”, afirma Melhado.
A garota A., do Rio, afirma que é somente graças à internação forçada que ela está viva. Faltava à menina discernimento e condições psíquicas de pedir ajuda. “Cheguei aqui pesando 23 quilos. Agora estou com 50 e poucos. Aqui é tudo bom, tem comida na hora certa, os educadores são bons”, diz. Ainda assim, o comportamento de A. não dissimula a dificuldade da jornada. Entre os sorrisos e as brincadeiras, ela implora a uma das educadoras um cigarro para saciar sua fissura.
Além da discussão legal, médica e filosófica, há problemas práticos. O Estado brasileiro dispõe de escassas vagas para internação – compulsória ou não – e tratamento de dependentes químicos. Em São Paulo, há 317 leitos para esse fim, entre parcerias com instituições privadas e o serviço da própria prefeitura, criado no ano passado nas instalações de um antigo motel. O problema se repete sistematicamente nos grandes e pequenos municípios do Brasil. E manter essa população internada sai caro. No Rio de Janeiro, cada criança abrigada compulsoriamente no serviço da prefeitura custa cerca de R$ 3 mil por mês. Em São Paulo, a manutenção de hospital com 80 leitos municipais exige R$ 1,3 milhão mensais.
SEM AUTONOMIA
Aglomeração de usuários de crack no bairro da Luz, em São Paulo, por onde circulam cerca de 2 mil pessoas por dia. A prefeitura estuda adotar a internação compulsória porque entende que os dependentes não são mais responsáveis por si mesmos Uma alternativa tem sido encaminhar dependentes a comunidades terapêuticas, a maioria ligada a instituições religiosas. Uma das maiores em atividade no Brasil, a católica Fazenda da Esperança abriga quase 2 mil pessoas em 55 unidades espalhadas pelo país. O tratamento, que dura um ano, consiste em manter uma rotina de trabalho e convivência comunitária e exercitar a espiritualidade. Não há remédios ou acompanhamento médico. Só são aceitos dependentes que queiram se tratar. Desde janeiro, a Fazenda da Esperança firmou uma parceria com a prefeitura de São Paulo e tem tentado convencer os usuários da cracolândia paulistana a se internar. Até agora, apenas 12 aceitaram a ideia. “O prefeito Kassab veio aqui, demonstrou sua preocupação de não saber o que fazer, eu disse a ele que podia oferecer o nosso jeito”, afirma o idealizador do projeto, o frei alemão Hans Stapel. “Mas o alertei de que não aceito mudanças e não vou internar ninguém à força.”
Segundo Stapel, cerca de 80% dos pacientes tratados por seu método se mantêm distantes da droga, um porcentual de sucesso superior à taxa de recuperação média das clínicas, que recuperam entre 20% e 30% dos dependentes. O papel da religião na recuperação dos viciados provoca controvérsia. “A dependência química é uma doença complexa e requer um tratamento complexo. Não vai ser com oração que você vai tratar adolescente dependente de crack”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira. Mas trabalhos realizados por psiquiatras têm demonstrado que a religião pode funcionar como um meio de reinserção social e afastar o risco da dependência. Em 2004, uma pesquisa feita pela Unifesp com jovens moradores de favelas de São Paulo em que havia prevalência de tráfico de drogas mostrou que aqueles que não se tornavam dependentes químicos atribuíam sua distância dos narcóticos ao respeito à mãe e, em segundo lugar, à religiosidade.
Não há respostas fáceis para o tratamento dos dependentes químicos, especialmente no caso de uma droga tão destrutiva como o crack. “A internação compulsória é um recurso extremo, e não podemos ser ingênuos e dizer que o cara fica internado três meses e vira um cidadão acima de qualquer suspeita. Muitos vão retornar ao crack. Mas, pelo menos, eles têm uma chance”, diz Drauzio Varella. Longe de ser uma solução ideal, a internação compulsória talvez seja a única resposta para os casos mórbidos criados pelo vício em crack.

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                                            Diretoria Grupo OUTROLHAR

quarta-feira, 29 de junho de 2011

REUNIÃO QUINTA FEIRA, 30 DE JUNHO, NA SALA 06 DO CEASC ÀS 11:30

GRUPO OUTROLHAR CONVIDA AOS SEUS  MEMBROS PARA A REUNIÃO DE FECHAMENTO DO SEMESTRE COM A SEGUINTE PAUTA (A REUNIÃO TEM PRAZO MÁXIMO DE UMA HORA, UMA VEZ QUE HAVERÁ PROVA NA SALA 06).

TEMA 01- APROVAÇÃO DO TRABALHO "ARTE,TRANSDISCIPLINARIDADE E EXPERIÊNCIA" PELA UNIFENAS.Precisamos definir frentes de trabalho e coordenadores discentes para desenvolvimento de PROJETOS DE PESQUISA E EXTENSÃO, na APAC;

TEMA 02- APRESENTAÇÃO DA LISTA DE FREQUÊNCIA INDIVIDUAL ÀS REUNIÕES- Essa lista  será apresentada,também, à coordenação do curso de medicina conforme rege o estatuto;

TEMA 03- APRESENTAÇÃO e  RESULTADO DE APROVAÇÃO DOS NOVOS MEMBROS.

TEMA 04- CONFECÇÃO DAS NOVAS CAMISAS DO GRUPO PARA SEGUNDO SEMESTRE;

TEMA 05- DEFINIÇÃO DO(S) TEMA(S) A SER(EM) APRESENTADOS PELO GRUPO NAS OFICINAS DA  IIJAIMED ;

 DURAÇÃO MÁXIMA : UMA HORA.



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A Diretoria

quarta-feira, 15 de junho de 2011

MOSTRA DE ARTE: A BORDA DO MUNDO

Freud Cidadão é uma clínica de saúde metal, que funciona na Serra (Rua Senador Pompeu, 149) há 2 anos, e que se oferece como um recurso inovador de reabilitação psicossocial a portadores de transtornos psíquicos. Suas atividades diárias apresentam um novo circuito terapêutico e cultural, que promove a cidadania desses sujeitos, por meio do estímulo à participação no cotidiano social, escuta clínica e apoio à autonomia possível. A mostra de arte, A borda do mundoapresenta à cidade novos olhares sobre as fronteiras: da loucura e da sanidade, do sentido e do non-sense, do dizer e do silêncio, do objeto e do sujeito.

 CONTAMOS COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS!



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A Diretoria de Comunicação

terça-feira, 7 de junho de 2011

TRAUMA: o físico e as figuras do psíquico do sujeito traumatizado

O Grupo OUTROLHAR convida à todos para o encontro "TRAUMA: o físico e as figuras do psíquico do sujeito traumatizado" que ocorrerá no dia 09/06/2011 às 17:00 horas no CEASC do Campus Líbano. O encontro será uma recepção aos novos membros do grupo e com certeza será um marco para o GRUPO OUTROLHAR e os seus novos participantes.

Contamos com a participação de todos!!!


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A Diretoria de Comunicação

terça-feira, 31 de maio de 2011

SEMINÁRIO "O LUGAR DA SUBJETIVIDADE NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO PARA A LIDA COM O "OUTRO"

O GRUPO OUTROLHAR convida a comunidade acadêmica para o encontro:

"O LUGAR DA SUBJETIVIDADE NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO PARA A LIDA COM O "OUTRO".

Dia 02/06 às 11:20 na Sala 6 CEASC!

Contaremos com a presença da conferencista Prof. Dra. Lucia Bernardes que apresentará o seminário.


Contamos com a presença de todos!

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À Diretoria

segunda-feira, 30 de maio de 2011

XIII CONGRESSO MINEIRO DE PSIQUIATRIA e VII SEMINÁRIO DE ENSINO

A Associação Mineira de Psiquiatria, promoverá do 01 ao dia 04/06/2011 na Associação Médica de Minas Gerais o  XIII Congresso Mineiro de Psiquiatria e o VII Seminário de Ensino. Para este ano os eventos trazem a temática "Psiquiatria e Responsabilidade".

Contamos com a participação de todos pois será, com certeza, uma forma de desenvolvermos nosso OUTROLHAR com base na Psiquiatria e Responsabilidade!!!


Para fazer o download do cronograma oficial do evento clique AQUI

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A Diretoria de Comunicação

segunda-feira, 16 de maio de 2011

SEMINÁRIO "Histeria: aspectos históricos, diagnósticos e manejo clínico"

O GRUPO OUTROLHAR convida a comunidade acadêmica para o encontro:
"Histeria: aspectos históricos, diagnósticos e manejo clínico"

Dia 19/05 às 11:15 na Sala 6 CEASC!

Contaremos com a presença da conferencista Carla D'Alessandro que apresentará o seminário jutamente com o Prof. Enio Rodrigues.


Contamos com a presença de todos!


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À Diretoria

quarta-feira, 4 de maio de 2011

SEMINÁRIO - NEUROSE/PSICOSE E DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAS

O Grupo Outrolhar convida seus integrantes para participarem do seminário "NEUROSE/PSICOSE E DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS" que será ministrado pelo Professor Alexandre Pereira, no  dia 05/05/2011 às 11h30min na sala 06 do CEASC.

Contamos com à participação de todos!!!

PS: Os inscritos para prova de seleção de novos membros também podem participar do seminário.


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A Diretoria de Comunicação

domingo, 1 de maio de 2011

VOZES

Um curta que faz uma reflexão sobre a loucura, a arte e a mente humana, tendo, como ponto de partida, depoimentos de pacientes psiquiátricos. Vale a pena ser visto.



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A Diretoria de Comunicação

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Sistema Prisional Convencional e a APAC: Histórico e testemunho de vida de um egresso.

O Grupo Outrolhar tem a honra de convida-los à participar nesta sexta feira 29/04 às 17:00 na sala 101 (no prédio da coordenação de Medicina) do evento "O Sistema Prisional Convencional e a APAC: Histórico e testemunho de vida de um egresso

CONTAMOS COM À PARTICIPAÇÃO DE TODOS!!                                                       



*Clique na imagem para ampliar.

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A Diretoria de Comunicação

terça-feira, 29 de março de 2011

PROCESSO SELETIVO


*Clique na imagem para ampliar

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A Diretoria de Comunicação

quarta-feira, 23 de março de 2011

SEMINÁRIO - ANAMNESE EM SAÚDE MENTAL

O Grupo Outrolhar começa a seguir o cronograma previsto para 2011, portanto convida à todos para participarem do seminário "ANAMNESE EM SAÚDE MENTAL" que será ministrado pelo Professor Enio Rodrigues, no  dia 24/03/2011 às 11h30min na sala 15 do CEASC.


Contamos com à participação de todos!!!


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A Diretoria de Comunicação

sexta-feira, 18 de março de 2011

AGRADECIMENTO

É com imensa emoção e gratidão que toda a Diretoria do Grupo Outrolhar, vem agradecer a presença de todos que prestigiaram e participaram do evento "A violência, o sistema prisional convencional e a APAC" o que tornou, um sucesso mais essa empreita do grupo. 

É dessa forma, com a voz de todos, que vamos construindo o conceito de UNIVERSIDADE!!

Mais uma vez muito obrigado!!!

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A Diretoria do Grupo Outrolhar

terça-feira, 15 de março de 2011

A VIOLÊNCIA, O SISTEMA PRISIONAL CONVENCIONAL E A APAC

O Grupo Outrolhar tem a honra de convida-los à participar nesta sexta feira, 18/03, às 15:00 no auditório do CEASC do evento "A VIOLÊNCIA, O SISTEMA PRISIONAL CONVENCIONAL E A APAC" com a participação de Carolyne Reis, mestre em psicologia social pela UFMG, e um egresso do sistema prisional APAC que nos trará sua experiência de vida.

CONTAMOS COM À PARTICIPAÇÃO DE TODOS!!

Clique AQUI para baixar o folder do evento.

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A Diretoria de Comunicação

domingo, 6 de março de 2011

CRONOGRAMA DO GRUPO OUTROLHAR 2011

Já está disponível o cronograma previsto para o ano de 2011. Para esse ano programamos seminários com temas variados, como por exemplo, Histeria e Somatização, Depressão, Neurose, Anamnese em Saúde Mental dentre outros.

Além de informações sobre novas parcerias, projetos e processo seletivo para novos integrantes.

Contamos com o apoio de todos para fazer de 2011 um ano produtivo e com muitas conquistas!!

Para baixar o CRONOGRAMA 2011 clique AQUI.

Ou se preferir, ele também esta disponível no email do grupo.

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Diretoria do Grupo Outrolhar